domingo, 18 de março de 2012

Faleceu em Fortaleza, aos 77 anos, ex-juiz de direito que trabalhou em Ipu


Faleceu as 18:40hs desta sexta-feira (16), aos 77 anos de idade, o escritor e Juiz aposentado, Doutor Helder de Mesquita. Dr. Helder já estava com a saúde debilitada e morreu por falência múltipla dos órgãos no Hospital da UNIMED em Fortaleza. O corpo será velado neste sábado na Funerária Eternos, na Rua Padre Valdevino, 1688, Aldeota, Fortaleza/CE. O sepultamento acontecerá às 17 horas no cemitério Parque da Paz, também em Fortaleza. Dr. Helder havia deixado Monsenhor Tabosa há mais de 40 anos, mais sempre que podia visitava a cidadade querida, onde tinha amigos e familiares.

Ele completaria exatos 77 anos no próximo dia 30 de março.

BIOGRAFIA

Dr. Helder nasceu na cidade de Monsenhor Tabosa, em 1935. Seu torrão muito querido, “seu XODÓ”, como assim costuma falar. Fez seus primeiros estudos primários nas precárias escolas de sua cidade natal.

Transferiu-se, aos doze anos de idade, para estudar na Escola Apostólica de São José (Tianguá - CE), dirigida pelos frades franciscanos (Ordem dos Frades Menores - OFM).

Depois se matriculou no Seminário São José de Sobral, onde estudou por 06 anos, partindo, em seguida, para o curso de filosofia no “Seminário Maior da Prainha”, de onde saiu em 1955.

Em 1957 ingressou, através de exame vestibular, na Faculdade de Direito da UFC, tendo colado grau de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, no ano de 1961 e, logo em seguida se registrado na Ordem dos Advogados do Brasil.

No mesmo ano, em 25 de dezembro, foi à sua terra, Monsenhor Tabosa, e ali, pediu a mão de sua bem amada Heloisa, com quem noivou, tendo se casado em dezembro de 1962 e vive, até hoje, uma união feliz eprolífera.

Com o diploma nas mãos e a carteira da OAB no bolso, o autor se lançou nas lides jurídicas, como Advogado militante, no período de 1962 a 1968 exercitando a advocacia nos mais diversos municípios cearenses (Independência, Novo Oriente, Quiterianópolis, Tauá, Parambu, Arneirós, Pedra Branca, Tamboril, Monsenhor Tabosa, Santa Quitéria, Hidrolândia, Nova Russas Ipu e Guaraciaba) com escritório sediado na cidade de Crateús.

Em 1968 ingressou, através de concurso público, na Magistratura como Juiz de Direito, tendo judicado até 1995, quando se aposentou na Entrância Especial, sempre sendo promovido por merecimento.

REMINISCÊNCIAS

Sua mais recente obra - Em harmonia com o adágio “recordar é viver novamente”, achou por bem, escrever suas “REMINISCÊNCIAS”, onde, resgata dos porões da memória, toda sua saga, desde a mais tenra infância, vivida em seu torrão natal (a terra do “sem” nada, onde se nascia e crescia como “maxixe em monturo”, como ele menciona em seu livro) perpassando pela sua adolescência e juventude, bem como sua labuta profissional, como Advogado e Juiz de Direito, magistratura exercida em várias comarcas e termos cearenses (Cariré, Sobral, Jaguaribe, Icó, Pereiro, Jaguaretama, Solonópole, Tauá, Parambu, Cococi, Arneiroz, Catarina, Baturité , Capistrano, Itapiúna, Mulungu, Aratuba, Pacoti, Guaramiranga,
Aracoiaba, Araripe, Cococi, São Benedito e Fortaleza).

Nas comarcas para onde era designado se integrava imediatamente ao meio social e, ao mesmo tempo, permanecia eqüidistante das diversas correntes políticas, procurando sempre pacificar os ânimos com o intuito de melhor exercitar seu múnus judicante.

Em várias dessas cidades onde exerceu a Magistratura fundou ou se filiou a clubes de serviços (Lions Clubes), cuja finalidade é prestar assistência às comunidades carentes, angariando, assim, o respeito e a amizade dos cidadãos.

Atualmente era membro da Academia Leonística de Cultura no Ceará, bem como pertencente também à Academia Maçônica de Letras.

Sua obra conta sua própria história e histórias outras vividas e ouvidas em suas andanças pelos rincões cearenses afora. Ali ele revela seu amor atávico ao sertão cearense bem como a sua sensibilidade e perspicácia ao discorrer sobre os personagens descritos no livro.

Na realidade, é um testemunho de vida de um guerreiro sem armas, tido e vindo do mais rude interior, para se digladiar, no dia a dia, por um lugar ao sol no seio da sociedade.

Os episódios contados nos oferecem saborosas e pitorescas narrações das mais diversas peripécias vividas no seu cotidiano e espelham as mais variadas facetas da condição humana com suas grandezas e suas fraquezas, outrossim, nos dão lições de prudência e
demonstram a sabedoria do autor ao solucionar os mais intricados casos pessoais e profissionais.

Ao mesmo tempo, também revelam seu tirocínio e bom senso em lidar com as partes, na qualidade de Magistrado, nas mais complicadas e té mesmo arriscadas contendas jurídicas, quando o acirramento dos ânimos exige muito equilíbrio para fazer valer o império da lei e assim promover a justiça e a paz.

O Dr. Helder Mesquita já escreveu mais dois livros além destas “Reminiscências”; são eles: “Monsenhor Tabosa e Suas Histórias” e “João Pinto de Mesquita, O Patriarca de Jacurutu”.

SENTENÇAS JUDICIAIS

Entretanto, ele ainda tinha, em sua estante, mais uma importante obra ainda não publicada; trata-se da coletânea de todas as suas sentenças judiciais, na sua trajetória de Juiz de Direito, as quais se acham devidamente, catalogadas e encadernadas, composta de vários volumes, guardada em sua biblioteca particular. Certamente que a publicação de tal preciosidade seria uma importante contribuição ao corpo da Magistratura cearense bem como a todos os profissionais militantes nas lides jurídicas.

Fonte Site Página Aberta

Dr. Helder tinha 4 (quatro) filhos: Helder Filho, Luiz Alves (Dr. Luiz) Regina Cláudia e Estefânia Mesquita.

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