sábado, 1 de janeiro de 2011

POSSE DE DILMA ROUSSEFF EMOCIONA O BRASIL


No discurso em que tomou posse como a primeira mulher a chegar ao Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff fez um apelo à oposição para que deixe para trás a rivalidade da campanha eleitoral. A presidenta, que manteve o tom protocolar durante boa parte dos quase 40 minutos de pronunciamento, emocionou-se nos últimos minutos de sua fala. No primeiro momento em que ficou com a voz embargada, Dilma prometeu não fazer um governo baseado em afinidades partidárias. "Não haverá no meu governo privilégio por compadrinho", disse. "Sou neste momento, presidenta de todos os brasileiros." A petista citou João Guimarães Rosa: "Recorro mais uma vez ao poeta da minha terra: O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem", afirmou Dilma. "É com esta coragem que pretendo governar o Brasil. Mas mulher não é só coragem, é carinho também." Dilma pediu ainda a ajuda do Congresso, de prefeitos e governadores para dar continuidade ao desenvolvimento brasileiro. "Estamos vivendo uma nova era, o despertar de um novo Brasil", disse a presidenta. "Pela primeira vez, o Brasil se vê diante da oportunidade real de se tornar uma nação desenvolvida", disse. Dilma aproveitou ainda para repetir a frase dita sucessivamente na campanha para se referir à imprensa. "Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras." O tom emotivo marcou ainda o momento em que Dilma relembrou os tempos de militância contra a ditadura militar e agradeceu aos companheiros de luta, dizendo ter dedicado sua "juventude" à defesa da democracia. "Suportei as adversidades mais extremas", afirmou Dilma, dedicando a conquista da Presidência aos que a acompanharam nessa luta. "Divido com eles esta conquista e rendo a eles homenagem." O fato de ter ser tornado a primeira mulher a chegar à Presidência guiou boa parte das declarações. Logo na abertura de sua fala, Dilma agradeceu a "ousadia" do povo brasileiro em eleger uma mulher para o mais alto cargo do Executivo, depois de ter escolhido um homem do povo para liderar o País nos últimos 8 anos. "Esta será a primeira vez que a faixa presidencial cindirá o ombro de uma mulher", afirmou. "Venho antes de tudo para dar continuidade ao maior processo de afirmação que este Pais já viveu em tempos recentes", completou. O presidente Lula, que deixa o cargo, também foi lembrado pela nova presidenta. "Venho para consolidar a obra transformadora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a mais rigorosa experiência política da minha vida", disse Dilma, que também reservou uma homenagem ao vice de Lula, José Alencar, que se ausentou por estar internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. "Quero, neste momento, prestar minha homenagem a outro brasileiro, um incansável lutador, um companheiro que esteve ao lado do presidente Lula por todos esses anos, o vice-presidente José Alencar." Em vez de repetir a saudação "meus amigos, minhas amigas" do presidente Lula, Dilma investiu no aceno "queridos brasileiros e queridas brasileiras". Disse querer fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições. Destacou ainda a importância de se manter a estabilidade econômica e dar continuidade ao desenvolvimento do setor produtivo. Ainda no que se refere à área econômica, Dilma prometeu barrar a inflação. "Não deixarei que esta praga volte a corroer nossa estabilidade econômica", afirmou, aproveitando ainda para mandar um recado às nações que impuserem barreiras ao comércio brasileiro. "Não faremos a menor concessão ao protecionismo dos países ricos."

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