sábado, 31 de maio de 2014

Mantega culpa inflação e juros por resultado


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Guido Mantega voltou a criticar os bancos, dizendo que eles 'resolveram ganhar mais com o juro alto, do que com volume de crédito'
FOTO: AGÊNCIA REUTERS
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Cid Alves diz que, na melhor das hipóteses, o setor deverá crescer 2,5% no Ceará
FOTO: ANDRÉ LIMA
São Paulo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o crescimento de 0,2% no primeiro trimestre ficou um pouco abaixo da expectativa do governo, que projetava 0,3% de alta no PIB do período, na comparação com o último trimestre de 2013. Divulgados ontem, pelo IBGE, os dados mostram perda de fôlego na indústria (-0,8%), nos investimentos (-2,1%) e ritmo mais moderado no consumo familiar, de - 0,1%.
Mantega afirmou que os juros mais altos e a inflação causaram a queda no consumo das famílias. Segundo ele, a conjunção desses fatores tornou o crédito caro, impedindo o crescimento do consumo.
"Tivemos um crescimento da massa salarial de 4% ,nos últimos 12 meses, e isso nos dá um potencial de consumo que está sendo segurado pelos juros bancários caro e escasso", disse.
'Estratégia producente'
No entanto, o ministro vê como "producente" a estratégia do governo no combate à inflação, com maior esforço monetário -a taxa básica de juros atual subiu para 11% ao ano-, mas com poucos freios fiscais. "A nossa estratégia é producente ao crescimento. Os juros são um remédio necessário para conter a inflação. Infelizmente, os efeitos são esses. À medida que a inflação cair, haverá uma retomada do consumo", acredita.
Segundo ele, a maior frustração se deu no setor de telecomunicações, que caiu 5%, no período. "Acho que deve ter crescido mais. As avaliações estatísticas nem sempre são precisas, e talvez o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revise esse número depois."
Cenário internacional
Mantega também culpou a economia internacional, para justificar o baixo crescimento do país no primeiro trimestre. Segundo ele, a economia mais dinâmica do momento, a dos Estados Unidos, indica ainda uma incerteza no cenário externo.
"Os investimentos caíram e a demanda não cresceu, o que significa que eles importaram menos. A Europa também demonstra um crescimento pequeno. O cenário internacional nos foi desfavorável e influenciou o baixo crescimento do primeiro trimestre", afirmou.
Ele conclui que o segundo trimestre será melhor, com a estabilidade cambial e a volta da confiança nos países emergentes. "Desde dezembro do ano passado, quando o Fed (o banco central americano) começou a reduzir os estímulos à economia, houve uma crise de confiança que abalou a Bolsa e o câmbio. Agora, essa volatilidade já foi controlada", disse. "Os fluxos de capitais e investimentos estrangeiros voltaram", complementou.
Crítica aos bancos
Guido Mantega voltou a criticar os bancos ontem, em São Paulo para comentar o desempenho do PIB no primeiro trimestre. Ao ser indagado sobre se a redução do volume de crédito não estaria associada ao impacto da alta de juros, Mantega disse que quando se trata de juros costuma olhar para o spread.
"Eu olho o spread, que é de livre arbítrio do setor financeiro e que aumentou", disse. Para ele, "os bancos resolveram ganhar mais com o juro alto do que com volume de crédito".
Varejo da Capital se queixa da brusca freada
Importante para o desenvolvimento da economia do Ceará, o comércio continua amargando o baixo desempenho das vendas em 2014. Em relação a anos anteriores, o comportamento é atípico e preocupa empresários do setor. Apesar de ter ficado dentro da média nos meses de janeiro e fevereiro, o consumo de bens e serviços sofreu uma brusca freada em março e abril e não mostra sinais de aceleração.
A tendência é que no fim do ano, o segmento atinja um crescimento mínimo no Estado, conforme projeta o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves. "Se a gente conseguir crescer 2,5% será muito, e isso vai depender do segundo semestre. Que eu me lembre, esse tem sido o pior começo de ano vivido pelo setor. O cenário de desaceleração começou a ser identificado em março", diz.
De acordo com ele, a quantidade de feriados neste primeiro semestre - sobretudo em março e abril - foi o principal motivo para a baixa das vendas. Com um crédito mais caro no Brasil, os consumidores também estão mais retraídos.
Com relação às vendas no comércio para a Copa do Mundo, da qual Fortaleza é sede, Cid Alves informa que o fluxo de consumidores nas lojas da cidade começou a se intensificar no início desta semana.





































fonte: Diário do Nordeste

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